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Pedagogia Social: Contribuição à sua afirmação
 
A Pedagogia Social existe desde a antiguidade. No século VI, na Grécia antiga, trabalhava-se o conceito sem a utilização do termo. O percurso histórico explica porque atualmente a disciplina científica Pedagogia Social, ocupa hoje um lugar fundamental no seio das ciências da educação. Essa amplitude possibilita sua afirmação em contextos formais, não formais e informais, respondendo inclusive por um universo multidisciplinar. O alicerce histórico, que embasa esse capital cultural, carrega intrínseco à sua afirmação, aplicação, a reflexão, espaços de debates e a problematização que lhe é peculiar. A relação educador x educando, demanda questões transversais que permeiam décadas e recrudesce a urgência em quebrar paradigmas de metodologia mecanicistas e liberal de educação. Tais demandas apontam para a desconstrução dos modelos que provaram sua ineficácia no processo ensino aprendizagem. No seio da escola, é possível notar não somente o dualismo e a violência simbólica mas também práticas do passado - conteudista e de memorização - devido as resistências presentes nesse contexto. Vale ressaltar, no entanto, que a Pedagogia Social, na sua completude e amplitude, é holística, diferencia-se na relação educador e educando, efetivamente, ao se construir uma educação afirmativa e com resultados mais expressivos inerentes às suas práxis, diferentes daquelas do passado. Em seu aspecto epistemológico, na perspectiva de avanços significativos em conformidade conceitual, a Pedagogia Social, com suas especificidades e relevância histórica, contrapõe práticas do passado, e possibilita produzir essa reflexão com vistas à sua ressignificação,. Tal necessidade se torna premente quando entendemos que a Pedagogia Social, a partir de seus pressupostos, pode evidenciar a concernência social e política desta disciplina. A luta, não é exclusivamente por ela, mas por uma Educação Social, mais reflexiva, libertadora, problematizadora, com igualdade de oportunidades, deveres e direitos iguais para todos. Além disso, luta-se por uma educação plena, menos dualista, e sem violência simbólica, e que, na consciência do devir, recrudesça a transformação do educando cidadão, para que tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária e com direitos e justiça social, em todas as áreas, em que paire o 2 respeito às leis com respeito ao ser humano como preconiza as Nações Unidas para a sociedade do século XXI.
Autor: Jacy Marques Passos
 
Turma de Pós Graduação em Pedagogia Social para o Século XXI, (2014) - Universidade Federal Fluminense - UFF -  Disciplina: Ações Socieducativas no Serviço Social.
Professora: Ms. Natalia Figueiredo 
Educador Social: Jacy Marques Passos
Assistente Social: Lucimare Sobral

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso. Amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

Paulo Freire

Neste artigo procura-se descrever impactos positivos que a Pedagogia Social produz a partir de sua presença e afirmação nos contextos formais, não formais e informais. Por muitos anos, os precursores da Pedagogia Social desenvolveram atividades pedagógicas, em detrimento do aspecto social inerente à essa disciplina dificultando, assim, a visão da sua totalidade, pois seu foco era direcionado para uma ação que buscava cuidar do ser humano sob um determinado aspecto. Com o passar do tempo, a necessidade de percepção das necessidades se ampliou questionando-se as práticas mais pontuais que não tratava o educando de forma holística.
 
Nesse contexto, faz-se necessário diferenciar as competências do Educador Social na educação, formal, não formal e informal e seu papel educativo nos marcos da Pedagogia Social. Além disso, é importante analisar a interface na mediação deste processo educativo com a escola, Instituições Sociais e Comunidade por meio da participação da sociedade civil organizada em estruturas colegiadas de interação entre as escolas e o território que a circunda. Em uma perspectiva inclusiva, é necessário buscar aprendizagens que movam as interações geradas pelo processo participativo nos espaços formais e não formais para que se possa debater a valorização do Profissional, Pedagogo/ Educador Social, da Educação em todos os níveis, seus campos de atuações, atributos e a relação com a Pedagogia Social.
É necessário entender que a Pedagogia Social é ampla, não é neutra, e é o Campo da Pedagogia que se constrói, dialoga, transita e agrega sistematicamente os conhecimentos e saberes construídos do Serviço Social, Sociologia, Filosofia, Psicologia Social, Educação Social, Educação Comunitária, da Educação Popular defendida por Paulo Freire em seus diversos trabalhos, bem como os saberes de experiência produzidos pela humanidade.
 
Entretanto, os saberes de experiência são importantes, mas não são suficientes, pois não carregam em si, a rigorosidade metódica necessária para que a ação não incorra em reducionismo. A defesa desse conjunto de conhecimentos, no contexto sócio histórico, deverá instrumentalizar o Pedagogo/Educador Social, para que ele valorize as interações sociais na sua práxis educativa e no desenvolvimento das atividades e práticas. Estas práticas estão presentes em ambientes escolares e não escolares, como alternativas de construção de um fazer pedagógico social com possibilidades que objetivem formar cidadãos a partir do respeito a sua realidade, com sentido e significado nas dimensões educacional, artística, cultural e social.
Assim, a Pedagogia Social, não objetiva moldar o cidadão à Sociedade, mas respeitar a sua história de vida no contexto em que estiver inserido. Ela existe e é plena, tem um olhar integral do educando, fundamentada no pressuposto de planejar e executar novas propostas que resultem em mudanças de paradigmas e transformação do indivíduo, e na consciência do devir, proporcionando a promoção dos direitos e deveres, além da autonomia e do senso crítico por meio de uma relação dialética e dialógica.
 
Tendo como base a Pedagogia Social que se construa, sem violência, com liberdade em sua plenitude e avanços, impactos na sociedade e que se estenda para muito além dos muros institucionais (espaços escolares e não escolares) na qual o educando seja o protagonista da própria história. Nesse sentido, o nosso papel se fortalece na busca de valorizar, resignificar, lutar por igualdade e justiça social e, perpassa pela importância de ser um com o outro.
A afirmação da Pedagogia Social, do ponto de vista ampliado, significará desenvolver habilidades e competências na área de intervenção social, que produzirão resultados positivos, relacionados às questões transversais, com respeito à realidade e a identidade sócio cultural, dos atores envolvidos (educando e do Pedagogo/Educador Social), numa ação articulada com as famílias nas Comunidades que os circundam. Traduz-se numa população de grandes vulnerabilidades sociais e relacionais, advindas de políticas sociais e educacionais entre tantas outras não ou mal implementadas, que atravessa gerações, e nesse percurso, o Pedagogo Social precisa ser um intelectual amoroso e afetuoso que fará toda a diferença na construção das práticas, ações e do fazer pedagógico.
 
Rubem Alves (1989, p. 30), em seu livro Conversas com quem gosta de ensinar, nos provoca com a indagação “Educadores, onde estarão?” e continua: “Em que covas terão se escondido? Professores, há aos milhares. Mas professor é profissão, não é algo que se define por dentro, por amor. Educador, ao contrário, não é profissão; é vocação. E toda vocação nasce de um grande amor, de uma grande esperança.”
Pedagogia Social : Breve revisão de literatura
Autores: Ed. Social Jacy Marques Passos e Prof. Dra. Nara Soares Couto
RESUMO: A pedagogia Social existe desde a antiguidade. No século VI, na Grécia antiga, trabalhava-se o conceito sem a utilização do termo. Todavia, os precursores que, de alguma forma, contribuíram para o fortalecimento da Pedagogia Social, por intermédio do desenvolvimento das atividades educacionais, não se preocupavam com a questão da pobreza, dos aflitos e nem como auxílio social. Isso produzia impactos maiores no tocante a seu emprego nas ações pedagógicas em detrimento a sua aplicação prática na vida social. Esse percurso histórico explica porque atualmente a disciplina científica Pedagogia Social ocupa lugar fundamental nas ciências da educação e marca presença em contextos formais, não formais e informais em um universo multidisciplinar. O alicerce histórico que embasa esse capital cultural carrega intrínseco à sua aplicação, a reflexão, espaços de debates e a problematização que lhe é peculiar. A relação educador x educando demanda questões transversais que permeiam décadas e recrudesce a urgência em quebrar paradigmas de metodologia mecanicistas e liberal de educação. Tais demandas apontam para a desconstrução dos modelos que provaram sua ineficácia no processo ensino e aprendizagem. Na escola é possível notar não somente o dualismo e a violência simbólica, mas também práticas do passado conteudista e de memorização devido às resistências presentes nesse contexto. A Pedagogia Social, na sua completude e amplitude, é holística, diferencia-se na relação educador e educando para que efetivamente,se construa uma educação afirmativa e com resultados mais expressivos inerentes às suas práxis, diferentes daquelas do passado. Em seu aspecto epistemológico, na perspectiva de avanços significativos em conformidade conceitual, a Pedagogia Social, com suas especificidades e relevância histórica, contrapõem práticas do passado e possibilita produzir essa reflexão com vistas à sua ressignificação. Tal necessidade se torna premente quando entendemos que a Pedagogia Social, a partir de seus pressupostos, pode evidenciar a concernência social e política desta disciplina. A luta, não é exclusivamente por ela, mas por uma Educação Social mais reflexiva, libertadora, problematizadora, com igualdade de oportunidades, deveres e direitos iguais para todos. Além disso, luta-se por uma educação plena, menos dualista e sem violência simbólica que, na consciência do devir, recrudesça a transformação do educando cidadão, para que tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária e com direitos e justiça social, em todas as áreas em que paire o respeito às leis com respeito ao ser humano como preconiza as Nações Unidas para a sociedade do século XXI.
Origem do termo Pedagogia
 
Na perspectiva histórica, a origem da palavra Pedagogia remete à Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No percurso da história do ocidente, a Pedagogia firmou-se como correlato da educação; é a ciência do ensino. Entretanto, a prática educativa é um fato social, cuja origem está ligada à origem da própria humanidade. A compreensão do fenômeno educativo e sua intervenção intencional fez surgir um saber específico quem odernamente associa-se ao termo pedagogia. Com este caráter, o pedagogo passa a ser, de fato e de direito, investido de uma função reflexiva, investigativa, e, portanto, científica do processo educativo. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à atividade dos pedagogos. O termo pedagogo, como é patente, surgiu na Grécia Clássica, cujo significado etimológico é preceptor, mestre guia aquele que conduz; era o escravo que conduzia os meninos até o paedagogium. No entanto, o termo pedagogia, designante de um fazer escravo na Hélade, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do processo educativo a partir do século XVIII, na Europa Ocidental
Origem da Pedagogia Social
 
A importância da Educação no desenvolvimento da Sociedade foi discutida pelos grandes filósofos da antiguidade clássica como Platão e Aristóteles que discutiram a filosofia social por meio de questões éticas, políticas e pedagógicas. 5 Esses dados mostram que historicamente a Pedagogia Social apoia-se na possibilidade verdadeira de influenciar os aspectos sociais por meio da educação. O conceito pedagogia social origina-se a partir do ponto de vista do trabalho social e data de meados de 1900 (OTTO, 2009). A história aponta que o enfoque científico da Pedagogia é atribuído ao pedagogo alemão Friedrich Wilhelm Adolph Diesterweg em 1850 (Machado, 2008). A primeira obra sistematizada sobre o tema é atribuída ao filósofo neokantiano Paul Gerhard Natorp. Já o filósofo Natorp vincula o processo de educação à comunidade (CALIMAN, 2008). Em alguns países europeus, o conceito de Pedagogia Social tem grande relevância para o desenvolvimento do trabalho social profissional. Na primeira década do século XX, mas especialmente a partir 1920, o educador alemão Herman Nohl interpretou a Pedagogia Social como uma estrutura teórica hermenêutica para o trabalho social profissional (OTTO, 2009).
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